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08/04/21 15:57 | NOTÍCIAS
À medida que o autista cresce surge o desafio de saber como promover mais autonomia na sua vida. Essa preocupação envolve tanto a pessoa com autismo, dependendo do grau de comprometimento do transtorno em seu desenvolvimento, quanto a própria família.
A terapeuta ocupacional Janiele Melo (Crefito 14 9112 - TO), credenciada ao Medplan, traz algumas dicas que podem ajudar tanto pais quanto cuidadores nesse processo. Afinal, quem está dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA) precisa de rotina, incentivo, paciência e de acompanhamento profissional adequado.
“Por vezes, será necessário o suporte e supervisão de profissionais capacitados e orientação parental (família e cuidadores) para a realização das atividades que proponho aqui. Elas também vão depender dos diversos graus do autismo, ou seja, se ele é leve, moderado ou severo. Mas o fundamental é saber que, com apoio familiar e também especializado, a pessoa com autismo pode desenvolver muitas de suas potencialidades e ter qualidade de vida”, afirma Janiele Melo.
Confira abaixo as dicas da especialista:
Rotina é fundamental
Seja para a criança ou adolescente com autismo, ter uma rotina planejada contribui para trazer previsibilidade ao seu dia a dia, o que reduz a ansiedade e possibilita ações com mais iniciativa e autonomia.
Incentive atividades lúdicas
A organização do pensamento crítico do autista precisa ser incentivada para melhorar sua compreensão do mundo. Isso pode ser feito de forma lúdica, envolvendo a família, por meio de:
Jogos de mímica;
Encenações teatrais;
Assistir filmes e séries em família;
Leituras e recontos de histórias;
Exercícios sobre interpretação de charges e tirinhas.
Inclua a temática do autismo
É importante incluir materiais com a temática do autismo. Isso ajuda o autista a se reconhecer e a entender suas características.
Promova atividades da vida prática
Dependendo do grau do autismo e da idade, é fundamental incentivar ações da vida prática, o que promove mais independência e segurança para o autista, como por exemplo.
Ensinar o preparo de refeições, mesmo de pratos básicos;
Envolvê-lo nas tarefas domésticas;
Orientar sobre o uso de transportes e aplicativos (apps) e como se comportar em locais públicos como shopping, supermercados e cinemas;
Orientar sobre o uso do celular e outros aparelhos de comunicação. No caso do celular, avalie o que ele pode assistir, pois há muitos conteúdos inadequados; Lembre-se que o autista entende tudo de forma literal;
Orientar no gerenciamento das medicações que ele toma, isso fortalece a atenção e a responsabilidade com a própria saúde.
Crie acomodações sensoriais e enriqueça o ambiente para evitar ou acalmar crises
Pessoas com autismo apresentam alterações sensoriais significativas com sobrecarga de estímulos, o que pode desencadear uma crise, provocando comportamentos inadequados. Para evitar isso:
Separe um cantinho da casa só para a criança ou o adolescente, o que permite que ele/ela se afaste e se acalme naquele lugar quando precisar. Enriqueça esse local com objetos que tragam conforto e alívio (isso depende de cada disfunção sensorial);
Se houver qualquer evento novo na rotina, avise com antecedência, através de vídeos, figuras, contagem dos dias no calendário ou pistas visuais.
Por Catarina Santiago
Imagem: arquivo pessoal